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Friday, April 5, 2019

Vivencia em Salvador: Aprendizagem em Criação com Ana Thomaz




Aprender e ensinar fazem parte de nossos instintos biológicos. Porém, estamos tão afastados da nossa biologia, de nossos instintos, de nossa intensidade, que atuamos na aprendizagem e ensinamentos servindo a um sistema que já não queremos mais. Estamos ensinando baseados na cultura antivida. Nesse encontro vamos fortalecer o campo de criação e a conexão com nossa biologia de aprendizagem e ensinamento, ampliando nossas percepções e sentidos que são as bases para a relação vincular com as crianças. 

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Formulário de Inscrição vivência Aprendizagem em Criação

Friday, June 1, 2018

A força da família


* Por Carla de Miranda e Igor Sant'Anna


Já há um tempo que estamos nos desescolarizando. Assumimos essa caminhada quando juntos resolvemos nos unir para viver da nossa arte. Fomos morar no bairro de Pituaçú (Ssa-BA) e pagar o aluguel e as contas a partir do dinheiro arrecadado no chapéu das nossas apresentações de rua.

Primeiro veio a dupla de palhaços, a conexão, os sentimentos, a convergência de objetivos e um filho. Ficamos grávidos depois de unidos pela arte e a necessidade inadiável de viver na prática o nosso sonho, agora veio missão da maternidade e paternidade.

Nossa sintonia guiou. Nunca combinamos nem tentamos convencer um ao outro sobre como criar nosso filho. Simplesmente confiamos em nossa intuição.

A desescolarização já era um processo em nós, mesmo sem sabermos. Tínhamos uma intuição muito forte sobre os malefícios do processo escolar e encontramos Ana Thomaz. Foi um encontro mágico que só veio confirmar nosso caminho e nos dar forças para as nossas práticas.

A sensação é que encontramos alguém da nossa tribo.

É muito bom quando encontramos alguém da nossa tribo. É quando merecemos ver nos outros o espelho do que galgamos em nós. É a confirmação do nosso caminho.

Já tínhamos anos sem encontrar um espelhamento assim e fomos encontrar  na cidade de Jacobina (BA). Uma família linda, colocando em prática cotidiana a desescolarização, assim como nós.

E foi um momento de união inter-familiar. Nos identificamos e convivemos 4 dias como se já nos conhecêssemos há anos. Mais gente de nossa tribo...

Um casal que teve a sensibilidade de dar o salto.

Uma professora que larga o sistema escolar e tira os filhos da escola optando conviver com os próprio filhos ao invés de ficar na esteira da terceirização do cuidar, loucuras da nossa sociedade moderna.

Um pai que sustenta essa decisão com firmeza e leveza.

Um casal que transmuta o cotidiano e passa a fazer teatro com os filhos e a montar juntos, em família, uma peça teatral.

Uma família que se conecta com a natureza cotidianamente, que materializa sua mudança, indo viver num sitio construído por eles mesmos, galgando estratégias para estar mais e mais tempo auto conectados.

Mais uma confirmação na nossa caminhada. Ficou muito claro que é preciso mais que coragem para dar esse salto, pois a mudança é simples e vem com a consciência. Essa mudança é só para quem tem sensibilidade o bastante para se livrar das anestesias sócio psicológicas contemporâneas.

Talvez seja preciso coragem não para dar o salto da mudança de paradigma, mas sim para ver. Para olhar nossa vida e ver que tá tudo errado e admitir que passou da hora de mudar. Está na hora de re-existir.

Talvez seja preciso coragem para assumir nosso lugar de humildade e abandonar o posto de quem sabe. Admitir que não sabemos realmente de nada e que tudo é novo e que mesmo vendo tudo errado, devemos admitir que tudo está dando certo sempre, mesmo quando está errado.

Há coragem em abandonar alguns aspectos do nosso ego e admitir que não temos respostas para todas as perguntas. Não sabemos onde vamos parar e precisamos assumir o risco simplesmente porque sabemos qual caminho não trilhar.

Mas acima de tudo, confirmamos que é preciso coragem para assumir uma família. Manter nosso papel de firmeza e responsabilidade, de guia de nossos filhos enquanto temos o prazer de vê-los crescerem na vida, ver crescer sua presença e ver sua grandiosidade nos orientar. 

Ver que estamos sujeitos a errar e que só errando e assumindo a responsabilidade por nossos erros podemos evoluir.

Vimos que isso tudo conseguimos dentro da força de família. Mas não aquela falsa ideia de família forjada a partir do patriarcalismo. Também não é um tipo de família baseada na super-performance e competitividade de gênero, nas disputas sobre quem tem o poder, quem toma decisões, na guerra entre o machismo e o feminismo. 

É preciso coragem para abandonar um pouco dos nossos desejos egoístas para um bem maior, o bem de nossa família. 

Abandonar nossos medos e receios para escutar a sensibilidade dos novos mundos que nossas crianças nos propõem. 

Abandonar a velha forma de enxergar o mundo disseminadas em massa e diversas vezes disfarçadas de revolucionárias.

Encontrar a nós mesmos no outro e ver na convivência uma grande possibilidade de aprendizado pra nós mesmos, o que só acontece quando admitimos 100% de nossa responsabilidade ao que acontece a nossa volta. 


Monday, May 22, 2017

brincar com os filhos

Aprender a brincar com os filhos é um caminho , uma porta para reconexão com nós mesmos. Nos reconectar com nossas crianças passa por re-aprender a conviver com nós mesmos.

Não existe a possibilidade de fingir que brinca com uma criança. Ou elas sentem nossa presença ou exigem essa presença de nós.

Se as crianças exigem nossa presença , seja com choro , com quedas e acidentes repentinos e sem causa aparente , ou com incansáveis convites para que brinquemos com elas , são sinais que nós estamos em estado de ausência desconectados delas, logo, desconectados de nós mesmos.

Em geral fomos condicionados desde a infância para cumprir expectativas externas.

Passamos horas de nossas vidas infanto-juvenis sendo direcionados a práticas que nunca fizeram sentido para nossas pulsões interiores.

Isso foi gerando vazios repletos de desconexão com a nossa presença primal.

Vazios preenchidos com excesso de trabalho, horas de auto-esquecimento na frente da tv, do computador, do facebook, do watszap, consumo de álcool e outras drogas das mais pesadas às mais refinadas como o açúcar e outros vícios alimentares.

Até aquela prática de esportes, yoga, taichi, artes que poderiam servir de portas de conexão com nós mesmos podem funcionar como rota de fuga e auto-esquecimento

Não adianta buscar uma educação melhor para nossos filhos , colocá-los em escolas em que tenham uma infância mais livre se ao voltar pra casa eles nos encontrarem desconectados, vivendo uma vida montada pelo medo das crenças limitantes da sociedade.

A escola não é nada mais que a escola dentro da escola da vida.

Precisamos ir além de simplesmente tirarmos um tempo diário para brincarmos com nossos filhos.

Não basta abrirmos todos os dias a porta da nossa reconexão se não damos um passo à frente e corremos o risco de atravessar a porta para sempre, de pisar os dois pés no outro paradigma, de sair do meio do caminho e seguir no caminho do meio, o caminho do coração.

Enquanto brincar está separado de viver, ainda é o paradigma da desconexão.

Viver e brincar são lados de uma única realidade: o prazer de estar presente.




Thursday, May 18, 2017

Seguindo o caminho do coração!

Há muito que desconfio do ato de resistir
Resistir à mudança, resistir ao novo, resistir ao radicalismo...
Todos são fagulhas da mesma chama
A chama do extremismo

O extremismo resiste porque ele não vai a fundo na transmutação
O extremismo é muitas vezes confundido com radicalismo

Mas enquanto o radical mergulha na raiz e vive a intensidade pratica da experiência, o extremista vai no extremo e superficial sem experimentar a realidade das coisas. O extremista vai no extremo do ideal, mas o ideal nunca re-existe.

Defender um ideal não é viver o ideal. Quando vivemos  experiência do ideal, o ideal deixa de ser ideal.
Sair da ideia e fluir na experiência nos coloca em contato com nossa potência.

Mas nossa condição de desconectados e impotentes nos faz resistir à  nossa própria potência criadora e quando pensamos em re-existir NA mudança só conseguimos resistir À mudança, nos tornamos idealistas...

Quando idealizamos a experiência radical, que vai a fundo na raiz, e não aprofundamos na experiência nos tornamos extremistas e passamos a defender o que é radical.

O extremista defende a mudança ao extremo mas não muda. Defender a mudança é resistir à mudança.

O radical verdadeiro não defende o que é radical, o que é certo ou errado, simplesmente porque não há o que defender quando se esta re-existindo , transmutando a realidade.

Ser extremista é seguir os caminhos dos pensamentos, do racional e das idéias desconectados e em paradoxo com os sentimentos e ações.

Ser radical é viver a coerência entre o sentimento, o pensamento e a ação.

Ser extremista é seguir o caminho da cabeça

Ser radical é seguir o caminho do coração

Monday, July 4, 2016

Arte de Gestar a Vida está de volta !



Sempre perguntamos aqui entre nós, o que seria Arte de Gestar a Vida? Um movimento? Um grupo? Um coletivo? Um grupo de facebook? Uma Zona Autonoma Temporária?
Pouco importa como se configure, Arte de Gestar a Vida surgiu como uma inspiração dentro da força de uma família, a família que hoje denominamos Cia Pé na Terra(vide detalhes da história em A ARTE DE GESTAR A VIDA ) e assim segue propondo aos habitantes do planeta transmutações verdadeiras no modo de ver, sentir e estar no mundo.
Assim com muito prazer anunciamos a chegada de um novo momento, um retorno de saturno. Chegou a hora da semente brotar depois de tanto tempo disseminada esperando seu momento.
Como uma arte de se auto-gestar na vida , propomos agora novos CICLOS DE TRANSMUTAÇÃO e o primeiro surge em parceria com a Casa Amarela.
É educação?desescolarização?Parto? Crianças?Criação de filhos? Gravidez?puerpério?Concepção?!!!
Não há mais como desconsiderar o quanto a fragmentação da vida contemporânea nos traz esses temas tão separados. Também não há como ignorar uma necessidade talvez pedagógica ou metodológica de atender a compreensão das pessoas abordando-os por partes.
Mas essas partes sempre estarão guiadas pela mesma espinha dorsal: A VIDA. Consideramos a maternidade e paternidade como uma sublime missão.
Ancorados nisso propomos os CICLOS DE TRANSMUTAÇÃO para todos que querem entrar em contato com essa maternidade e paternidade dentro de si.
Seja para quem é pai, mãe ou até mesmo para quem simplesmente queira voltar na sua história em que viveu isso na posição de filha ou filho para transmutar algo dentro de si.
Escolhemos como ponto de partida a desescolarização, pois essa entrou na nossa vida e ressignificou tudo e vimos que todos os outros temas passam por ela.
Percebemos o quanto tudo que se relaciona à nossa vida e principalmente a como lidamos com a criação de nossos filhos desde a forma de colocarmos eles no mundo.
Diferente de uma educação PARA a felicidade, que subtende uma projeção de expectativas desconectadas das verdadeiras pulsões interiores, propomos a transmutação para uma educação que nasce do potencial criativo presente em todo ser humano.
Somos criadores de realidade e só há um lugar e um tempo reais com os quais podemos contar para buscar a felicidade: dentro de nós e no momento presente.

O bate papo é com Igor Sant´Anna, o palhaço Caxambó desde o ano de 2005 quando se formou no Curso de Iniciação à pesquisa na Técnica do Clown por Alexandre Luís Casali (SSA). No ano de 2007 funda a Cia Pé na Terra e através da prática constante de atuação na arte de rua cria, atua e dirige números e espetáculos de palhaço. Em 2009 inicia a carreira de pai. Educador dos próprios filhos pratica a desescolarização de si como forma de não atrapalhar o processo educativo do outro. Doutor em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia, tem como foco de pesquisa-ação da relação entre a arte do palhaço e a educação desescolarizada.




Friday, May 6, 2016

o risco de viver

Pensando aqui com meus botões, inspirado por um vídeo bacana que circula nas redes internéticas, e um artigo sobre novas descobertas de físicos em relação à capacidade da mente em criar realidades, cheguei a uma prévia conclusão: antes de tudo, precisamos encontrar os sonhos para os quais viemos realizar.

Precisamos disso enquanto norte. Tendo um norte, temos combustível emocional o bastante para seguir descobrindo nosso poder de criação de realidade.

Cada vitória e cada frustração são importantes para o aprendizado, mas esse só terá aproveitamento real se tivermos consciências para que rumo estamos seguindo.

Não sabemos ao certo onde vamos chegar, tudo bem. Isso é devido à nossa pouca capacidade de quem pouco exercita por em prática seus próprios sonhos.

Mas com dizia o célebre poeta (toca Raul!!) Não precisamos saber onde estamos indo, mas precisamos saber que estamos no nosso caminho. É simples, porque esse caminho não é o que escolhemos. O caminho que escolhemos é simplesmente o caminho que escolhemos e nossas sucessivas escolhas são consequência direta da realidade que criamos anteriormente.

A mudança de paradigma é essa: qual mudança de paradigma? A nossa. Não existe a mudança de paradigma na sociedade...isso é ilusão! Só existe a nossa. E qual o paradigma que nós mudamos? A nossa vibração de pensamento.

Mudar de paradigma significa sair do ciclo repetitivo de influência da nossa própria criação de realidade. Ir para um outro paradigma é adotar outro caminho diverso.
Ainda sim há um risco: nos apegarmos ao cômodo ciclo do novo paradigma. Então na realidade precisamos abandonar os paradigmas. Seguir para um ciclo aberto, criativo.
Achar nosso caminho, saber o nosso norte, é o mesmo que criar nossa realidade livre das nossas próprias criações de realidade anteriores. Aí termos um paradigma aberto e acesso ao nosso poder divino.

Aí vem um encruzilhada para nossa mente: Quando assumimos esse poder, simplesmente descobrimos que não escolhemos nada!! Escolher significa trilhar pelos ciclos seguros de existência. Quando não escolhemos, criamos. Criar significa viver o risco de viver.






Thursday, January 7, 2016

Ser ou não ser crítico?

Há uma diferença entre ter visão crítica e ser crítico. Ter visão crítica é algo muito importante para ampliar nosso conhecimento da realidade. Muito importante para assumir a vida diante da estagnação, sair da inércia, arriscar o vislumbre de uma nova vida.

Porém é muito comum empurrar a visão crítica para o sentimento e assumir a ilusão de que somos críticos.

TER uma visão crítica é algo muito diferente de SER critico. Quando achamos que somos críticos confundimos nossa essência existencial com algo que é apenas uma parte do todo. 

Encaramos um pedaço da realidade que nos surge como uma descoberta, mas que toca nossos ressentimentos e ficamos presos a esses ressentimentos encarando-os como uma verdade universal que defendemos com unhas e dentes, como se nossa vida dependesse da existência de determinadas idéias.

Dessa maneira assumimos a defesa de algo que consideramos uma grandiosa causa, mas que na verdade torna-se apenas uma redoma para nos escondermos diante de tantas possibilidades da vida.

Quem TEM uma visão crítica, acrescenta-se dela e depois despede-a para poder viver a vida livre daquela realidade que enxergou.

SER crítico por outro lado é ficar preso naquela determinada verdade que foi descoberta e condicionar toda a sua vida entorno daquilo.

Assim é que acontecem alguns paradoxos espetaculares como por exemplo: o anti-capitalista, que pratica a competitividade contra os capitalistas, assumindo uma prática tão criticada para defender sua visão crítica. Ou então a anti-machista que deixa de viver seus aspectos de feminilidade para assumir uma luta de igual contra os machistas.

SER crítico é continuar no desequilibrio, continuar no velho paradigma ressentindo-o como uma ato de impotência, numa eterna LUTA CONTRA sem se conseguir imaginar uma mudança, ou uma vida diferente.

TER visão crítica nos permite não nos confundir com a realidade que criticamos, mas apenas ampliar a consciência daquilo que vivemos no momento e estimular o que depois vamos abandonar. É só mais uma visão...


SER crítico é assumir o pior da escassez humana, a escassez de bons pensamentos, das novas ideias e da potência criativa. 

Quem É crítico é porque absorveu a amargura da visão crítica e estagnou-se nesse sentimento transferindo-o para tudo e todos em detrimento da observação dos pontos positivos.

TER uma visão crítica é apenas viver mais um sentimento que chega e que flui na vida. Mais um ponto que se acrescenta a uma vida abundante, criativa, livre, viva...

SER crítico é estar preso a uma personalidade, uma máscara.